Língua - Parte II

Agora que vivo em Santiago e tenho que falar em espanhol todo o tempo, percebo o quanto tenho o idioma mal aprendido. Explico-me, antes que meu professor de espanhol se incomode com o dito.

Consigo me comunicar bem, não tenho grandes dificuldades em me expressar (exceto em alguns momentos), porém o sotaque estrangeiro está intrínseco (percebo que tenho usado essa palavra muitas vezes em meus textos extra-blog) em qualquer forasteiro. No meu caso nao é diferente e vai além disso, também tenho um "nao sei quê" que me delata como brasileira nas primeiras palavras faladas, ou seja, começo a falar e pronto me perguntam: "¿Eres brasileña?"

Tenho uma acentuação (e creio que todos os brasileiros a tenham) diferente dos chilenos. Por exemplo, eles falam "êlla", enquanto eu pronuncio "élla" (como um bezerro). E por incrível que possa parecer, para muitos deles essa pequena diferença de tom faz com que não compreendam o que estou falando.

Digo incrível porque o Brasil é tao pleno de sotaque e modismo que estamos acostumados a entender qualquer diferenciação da norma culta do português-Brasil. Nao importa se falam "tu", "você", "cê", "ocê", toda comunicação é válida. E como os brasileiros se esforçam para comunicarem-se! Ainda que com baixa educação, conseguem sobreviver falando mal, porém falando.

Não digo que os chilenos também não façam algum esforço para nos compreender, porém existem alguns que ou se fazem de difíceis ou realmente sentem dificuldade em nossa entonação.

E como se essa dificuldade sentida não bastasse, tenho também o fator: CARREIRA. Decidi em algum momento, que agora me parece um pouco estúpido, concluir a carreira de jornalismo aqui em Chile. Óbvio que isso me trará benefícios posteriores porque terei uma graduação no exterior, porém se tivesse pensado um pouco mais, creio que teria concluído o curso no Brasil para depois vir.

Vejam, tenho certeza que outros cursos não são tão complicados para um extrangeiro, mas jornalismo, letras e outros relacionados diretamente a língua do país, são um caso a parte para nós. Eu sou OBRIGADA a saber o idioma com todas as normas que ele possui. Me sinto sendo alfabetizada novamente e literalmente, porque tenho que estudar acentuação, pontuação, descobrir palavras, ler cinco vezes mais, enfim, dedicar-me a todas as disciplinas mais ao idioma.

Para quem estava acostumada a ter notas entre 8 e 9 em todo o histórico escolar, ter um 4 torna-se desalentador. Mas as dificuldades são para ser superadas. Até dezembro espero falar e escrever tal qual um chileno.

2 comentários:

Oi Ligia ..sou eu de novo..rsrs
Será que podes me enviar o site de algumas universaidades em Santiago ?
Muito obrigada,

Virginia

Olá lígia me chamo Tailane, estou indo estudar Radiologia no chile, você conhece alguma faculdade que tenha esse curso? e escolas públicas ou particulares para terminar o ensino médio? mande no meu e-mail se puder eu agradeço muito..
laine.liz@hotmail.com